LIDE A CAVALO

O Cavaleiro Tauromáquico, é aquele cuja função é lidar o toiro a cavalo.

O Cavaleiro entra na praça vestido de Marialva, com o tricórnio na cabeça...antes de pisar a arena, só Deus sabe o que passa pela cabeça do cavaleiro, ao toque do cornetim, o cavaleiro faz um afego ao cavalo e fala-lhe ao coração...as pulsações aumentam a cada segundo, e rapidamente o toiro sai dos curros a uma velocidade enorme, está na sua frente o seu opositor, há agora que esquecer os medos, e sentir o que se faz, só assim se tira partido de um toiro, e só assim se transmite sentimento, emoção e arte ao publico.

Cavaleiro e Cavalo, na lide do toiro, têm de funcionar como um elemento único, e a sincronização entre eles tem de ser perfeita, caso contrario a colhida torna-se inevitável. É uma profissão de risco, e que não está ao alcance de todos, o trabalho realizado com o cavalo é imenso, a entrega de ambos, a dedicação e a comunicação entre ambos é quase imperceptível mas tem de ser tremendamente eficaz, á Cavalos que são autênticos toureiros que entendem o toiro mesmo antes do cavaleiro, antecipando assim alguns movimentos, o cavalo tem de andar solto e ambos têm de ter confiança um no outro.

Os cavaleiros geralmente utilizam duas montadas por lide, uma para receber o toiro e colocar-lhe os ferros compridos, (geralmente dois) que vão servir para quebrar o andamento ao toiro, assim sendo esta parte da lide é normalmente espectacular e talvez a mais difícil, pois receber o toiro na garupa do cavalo, interessar o toiro na lide e no cavalo, quando este saí frenético dos curros é uma tarefa árdua, os ferros compridos, são geralmente colocados em sortes com o toiro a alguma distancia do cavalo, por vezes de praça a praça, em que o toiro investe com muita velocidade, de frente, e o cavaleiro mais ou menos no centro da praça crava o ferro, são momentos de imensa emoção, alguns cavaleiros vão receber os toiros "á gaiola" ou seja, o cavaleiro coloca-se á porta dos curros, com a garupa do cavalo onde o toiro vai sair, com o objectivo de assim que o toiro sair, dar de caras de imediato com a garupa do cavalo, interessando-o desde logo na lide, é uma sorte muito difícil, inda mais difícil, é colocar-se em frente aos curros, e assim que o toiro sair, o cavaleiro coloca-lhe imediatamente o primeiro ferro comprido, esta sorte é de um risco altíssimo, mas a emoção que ela provoca é única.
Depois, na segunda parte da lide, geralmente com outra montada, o cavaleiro coloca cerca de quatro ferros curtos no toiro, agora já mais parado, o que permite, ao cavaleiro luzir-se, com o seu cavalo, pisando terrendos de compromisso e chegando muitissimo próximo do toiro, cravando ferros de difícil ordem técnica, como a quiebro, ou com batidas ao píton contrario, de frente, a cambio, a sesgo, ou ferros de palmo e rosetas (muio pequenos), ferros de violino (a mão que coloca o ferro, é aquela que está mais longe do toiro) ou pares de bandarilhas a duas mãos, todas estas sortes são muito variadas mas todas elas muito emocionantes.

Mas lidar a cavalo, não é apenas cravar os ferros, tem que se bregar o toiro, ou seja colocar o toiro no terreno onde a sorte vai ser executada, e rematar as sortes, que são adornos que os cavaleiros fazem depois de colocarem o ferro.

Existem Cavaleiros de Alternativa, Praticantes e Amadores.

Cavaleiros de Alternativa: Alberto Conde, Ana Batista, António Lopes Aleixo, António Telles, Batista Duarte, Bernard Guilibert, Carlos Alves, Emidio Pinto, Francisco Cortes, Francisco Núncio, João Moura, João Cerejo, João Salgueiro, João Telles, João Zuquette, Joaquim Bastinhas, Jorge de Almeida, José Carlos Pamplona, José Luis Cochicho, José Manuel Duarte, José Prates, Luis Miguel da Veiga, Luís Rouxinol, Manuel Jorge de Oliveira, Marco José, Paulo Caetano, Paulo Jorge Ferreira, Pedro Franco, Teixeira Duarte, Rui Fernandes, Rui Rosado, Rui Salvador, Rui Santos, Sónia Matias, Tito Semedo, Vasco Taborda Jr., Victor Ribeiro, e ainda os Rejoneadores Espanhois, Pablo Hermozo de Mendonza, Andy Cartagena, Alvaro Montes, Leonardo Hernandez, e o Portugues radicado em Sevilha, Diego Ventura.

Os praticantes: António Balão, António M Brito Paes, Carlos Fonseca, Filipe Gonçalves, Gilberto Filipe, João Folgado, João Moura Caetano, João Serra Coelho, José Carlos Pereira, Pires da Costa, Joseph Correia, Júlio Filipe, Miguel Duarte, Paulo Jorge Santos, Pedro Salvador, Ricardo Bernardes, Rui Alexandre, Rui Pedro, Vitor Santos.

Os Amadores: Alexandre Albergaria, António Lupi, Duarte Pinto, Francisco Palha, Francisco Zenkl, Gonçalo Fernandes, João Moura Jr., João Telles Jr, Luís Brito Pais, Manuel Caetano, Marcos Tenório, Telles Bastos, Tiago Moreira.

O importante na lide a cavalo, é a brega, o cite, o momento em que o cavaleiro coloca o ferro com o toiro debaixo do braço, a beijar-lhe a casaca, um ferro ao estribo, de frente...são momentos únicos, e que têm de ser aproveitados como tal...maravilhe-se com uma bela lide de um toiro a cavalo!